Terrorismo / Atentados

"Tivemos uma sorte enorme." As palavras do presidente da Câmara de Nova Iorque, Michael R. Bloomberg, não escondem a sensação de alívio, depois de as autoridades norte-americanas terem conseguido evitar a explosão de uma bomba no coração da cidade.

Eram 18h28 em Nova Iorque (1h28 em Portugal), quando um vendedor ambulante detectou fumo numa carrinha todo-o-terreno estacionada entre a 7.a e a 8.a Avenida, no centro de Times Square. O fim de tarde de sábado fazia lembrar o aparato do 11 de Setembro de 2001, quando os dois aviões embateram nas Torres Gémeas. E nas estações de metro, voltou a ouvir- -se repetidamente o slogan de há quase uma década: "Remember. If you see something, say something" (Lembre-se. Se vir alguma coisa, diga alguma coisa), que realça a importância de denunciar qualquer movimento estranho. Nas ruas de Nova Iorque os turistas foram surpreendidos com o aparato policial que depressa foi montado na zona de Manhattan.

A curiosidade de um vendedor de T-shirts impediu a explosão: as autoridades acreditam que o carro pertencia a um "apaixonado" por engenhos explosivos, mas o carro encontrado em Times Square tinha dois bidões com 11 litros de gasolina cada, dois temporizadores e três botijas de gás propano. "Evitámos aquilo que podia ter sido um acontecimento muito mortífero", disse Bloomberg, em conferência de imprensa, ao mesmo tempo que as autoridades patrulhavam a área, que parecia o cenário de uma cidade-fantasma. Depois do alarme, centenas de edifícios foram evacuados e milhares de turistas encaminhados para outros locais durante o fim da tarde de sábado. Ontem, durante a tarde, um grupo de talibãs paquistaneses, o Tehrik-e-Taliban, reivindicava a autoria da tentativa de atentado, que seria uma vingança pelas mortes de dois dos seus líderes. O grupo reivindicou o ataque num comunicado, lido num site islâmico.

Não é a primeira vez que se fecha o centro da ilha este ano, por prevenção: mas desta vez, aquilo que poderia tratar-se de um falso alarme era uma ameaça real. O fumo branco que saía da carrinha e que chamou a atenção do vendedor de rua, perto da sede da Nasdaq e dos principais teatros da Broadway, estava mesmo relacionado com uma bomba.

lugar agitado Times Square não é um sítio qualquer: em pleno centro nova-iorquino, a zona de Manhattan é caracteristicamente turística, com uma enorme oferta de restaurantes, cinemas, discotecas, teatros, pequenos cafés e lojas e, durante as noites de sábado, são milhares as pessoas que a frequentam. No entanto, no fim da tarde de sábado, o cenário era desolador, com as ruas vazias, sem sinal de vida, exceptuando elementos da polícia, dos bombeiros e das autoridades de saúde pública. Um dos maiores hotéis - o gigante Marquis - foi vedado a entradas e saídas durante horas e só quando a polícia teve a certeza de que não havia outros veículos em risco de explosão é que a zona centro da cidade foi reaberta.

As autoridades não sabem quem terá montado a bomba artesanal na carrinha de matrícula falsa, que pertencia a um carro roubado há duas semanas, no Connecticut. O dono do carro já foi interrogado pelo FBI e não foi considerado suspeito. "A polícia de Nova Iorque não faz ideia de quem colocou a bomba no local nem por que razões", explicou o porta-voz do departamento de Polícia de Nova Iorque, Paul J. Browne. Esta é a segunda vez em menos de cinco meses que uma bomba montada falha o alvo, depois da tentativa de atentado no dia de Natal, por um jovem nigeriano ligado à Al-Qaeda, que pretendia explodir um avião, quando aterrava em Detroit.

Hakimullah Mehsud, chefe talibã paquistanês, dado como morto em janeiro, surge num vídeo datado de abril a anunciar uma vaga de atentados em grandes cidades dos Estados Unidos da América (EUA), de acordo com uma informação veiculada pelo SITE (centro de vigilância dos sites islamitas).

O chefe da Organização Iraniana de Energia Atómica anunciou, esta segunda-feira, que o país se prepara para a construção de uma nova instalação de enriquecimento de urânio no primeiro semestre de 2011.

«Terminámos a localização de dez futuros locais de enriquecimento e a construção de um destes futuros locais começará antes do fim do ano (iraniano, a 20 de Março de 2011) ou no princípio do próximo», declarou à televisão estatal iraniana Ali Akbar Salehi.

Esta será a terceira instalação de enriquecimento de urânio, juntando-se às de Natanz e de Fordoo, esta última ainda em construção. As autoridades avançam que esta nova central deverá ter uma capacidade semelhante à da Natanz, podendo acolher 50 mil cenrifugadoras.

O número de soldados e recrutas mortos no atentado suicida contra um centro de recrutamento do exército iraquiano em Bagdad aumentou para 59, indicaram responsáveis médicos iraquianos.

Este foi o ataque mais sangrento desde o início de 2010 contra o exército iraquiano, considerado a espinha dorsal da segurança depois da partida das tropas norte-americanas do Iraque, dentro de 16 meses.

O ataque ocorreu no centro da capital iraquiana num momento em que o país está mergulhado numa crise política e em pleno Ramadão.

A morgue de Bagdad recebeu 59 corpos, enquanto o hospital mais próximo do local da explosão recebeu 125 feridos, indicaram responsáveis médicos.