World Cup 2014 - Brasil

O deputado Geraldo Magela revelou esta segunda-feira que o Congresso brasileiro aplicou um corte de cerca de 1.800 milhões de reais (cerca de 700 milhões de euros) no orçamento destinado às obras para a fase final do Mundial'2014, que terá lugar no Brasil.

"O Governo já podia disponibilizar os recursos necessários para as obras a partir de fevereiro, mas as infra-estruturas vão sofrer um grande prejuízo porque os fundos vão ser inferiores ao que estava previsto", adiantou Magela, acrescentando ainda que, entre as áreas que poderão ser afetadas pelo corte, está "a construção de centros de treino e de algumas obras nos estádios".

Este anúncio surge no mesmo dia em que a Associação Nacional dos Arquitectos e Engenheiros declarou que o Brasil já deveria ter começado a planificação das infra-estruturas para o Mundial há mais tempo e que corre o risco de estas não estarem prontas para o início da prova. Aliás, uma preocupação também demonstrada recentemente pelo ministro dos desportos, Orlando Silva.

O ministro brasileiro do Desporto, Orlando Silva, revelou estar preocupado com a demora de estados, municípios e do próprio Governo federal em acelerar o cronograma de obras previstas para o Mundial de futebol de 2014.

"O alerta que faço é no sentido de acelerar obras, cumprir os prazos determinados porque minha preocupação é que o não cumprimento desses cronogramas possa repercutir nos gastos públicos", afirmou.

Na última semana, o ministro divulgou um estudo sobre os impactos económicos da realização do Campeonato do Mundo de 2014 no Brasil, que, entre 2010 e 2019, vai agregar 183,2 mil milhões de reais (cerca de 78 mil milhões de euros) à economia brasileira.

Segundo o Ministério do Desporto, serão investidos diretamente 47,5 mil milhões de reais (20 mil milhões de euros) em infraestruturas, turismo e consumo.

Os investimentos indiretos serão de 135,7 mil milhões de reais (57,7 mil milhões de euros), provenientes da recirculação de dinheiro com a realização do evento.

O secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke, advertiu que "o Brasil não está no caminho certo", denunciando o atraso nos preparativos do país para o Mundial de 2014.

Tudo aponta para que o Brasil não consiga cumprir os prazos estipulados para o 2014, pelo atraso verificado, não apenas nos estádios, mas também nos aeroportos.

O Comité Organizador da FIFA deu prazo até segunda-feira para que as obras no estádio começassem, mas apenas metade das sedes de trabalho responderam a essa exigência. "É impressionante a quantidade de prazos que já foram ultrapassados e nada aconteceu", afirmou o responsável. E prosseguiu com as críticas: "Este ano há eleições presidenciais por isso não vai acontecer quase nada. No próximo ano, há Carnaval como sempre. Será que tudo só irá acontecer depois do Carnaval?".

Apesar das claras manifestações de preocupação, o direito do Mundial de 2014 não vai ser retirado ao Brasil, segundo o secretário-geral, mantendo-se os projetos nas 12 cidades-sede.

As cidades brasileiras que não cumprirem o cronograma de obras poderão ser excluídas do Mundial'2014, afirmou esta terça-feira o ministro do Planeamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.

"Se alguém disser que não tem condições de fazer o que foi combinado, precisaremos discutir, pensar em outras cidades ou diminuir o número de sedes", declarou Paulo Bernardo, em Brasília, após a apresentação dos modelos de fiscalização a serem adotados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para dar transparência aos gastos públicos destinados à preparação do Brasil para os Mundiais de futebol.

"Assinámos um termo de compromisso. Quando foi para escolher as cidades, todos se comprometeram a fazer os investimentos", lembrou o ministro.

Paulo Bernardo lembrou ainda que não cabe ao Governo federal construir os estádios e não descartou a possibilidade de diminuir o número de cidades brasileiras que acolherão os jogos em 2014.

Dados do estudo encomendado pelo Ministério do Desporto sobre os impactos económicos da prova, entre 2010 e 2019, indicam que o Mundial vai agregar 183,2 mil milhões de reais (cerca de 78,4 mil milhões de euros) à economia brasileira, gerar 710 mil empregos e arrecadar quase 17 mil milhões de reais (7,3 mil milhões de euros) em tributos.

Os jogos do Mundial de futebol de 2014 vão ser vistos por 30 mil milhões de espectadores, em média, durante mais de 70 mil horas e em transmissão por 500 redes de televisão de mais de 240 países.

Um novo estádio de futebol, a ser construído pelo Corinthians, vai garantir a realização da abertura do Mundial'2014 em São Paulo, afirmaram hoje autoridades locais.

A nova arena será construída num terreno de 197 000 metros quadrados, na zona Leste da cidade, com capacidade para cerca de 65 000 apoiantes.

"O dia de hoje é um marco para a história do futebol, da cidade e do Corinthians. É o primeiro passo de um projeto importantíssimo", afirmou o edil de São Paulo, Gilberto Kassab, durante uma visita ao futuro local da arena.

O Corinthians, uma das equipas mais populares do Brasil, assinala quarta feira o centenário da sua fundação.

O valor do investimento não foi divulgado, mas as autoridades confirmaram a construção de uma série de equipamentos públicos que vão complementar o projeto da arena, informou o secretário de Desenvolvimento Urbano da cidade, Miguel Bucalem.

O projeto incluiu a concessão de benefícios fiscais para atrair a construção de hotéis, restaurantes e de empresas ligadas à área de serviços.

Desde o veto oficial ao estádio do São Paulo, anunciado pela FIFA em junho, a maior cidade brasileira corria o risco de ficar de fora do Mundial'2014.

O motivo da exclusão foi a falta de apresentação de garantias financeiras para a reforma do estádio, um investimento estimado em 286 milhões de euros.

Depois da exclusão do Morumbi, as autoridades locais analisaram diversos projetos de construção de uma arena, dentro das exigências da FIFA, para receber a abertura da competição.

O Mundial'2014 deverá ter jogos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Fortaleza, Salvador, Recife, Natal, Cuiabá e Manaus.